sexta-feira, 3 de julho de 2009

O fantasma da carpintaria - parte 2

UM TEXTO EM 4 PARTES


— Que mulher? Que história? Não tem nada disso.

— Tem sim, ué, to dizendo. Quem me contou isso foi um professor aí. Faz uns 20 ou 30 anos, mais ou menos. Uma menina tava trabalhando até tarde na carpintaria e foi morta quando saía de lá. Supostamente atacada por um maníaco.

— Por que supostamente?

— Nunca acharam o autor do crime. Não conseguiram encontrar nem vestígio de um criminoso. Nem digital, nem fio de cabelo, nem pedaço de roupa, nada.

— Er.. e c-como foi que ela morreu?

— Enforcada. Provavelmente com um pedaço de cano ou de madeira contra a garganta. Dizem que o espírito dela ainda ronda cada pedaço de madeira dessa carpintaria e de tempos em tempos ela dá sinais de que ta mesmo por lá. Parece que ela vive, ou melhor, assombra em busca do assassino e que ninguém está seguro.

— Ai, mas que besteira, francamente. Você só ta falando isso porque eu vou ficar na carpintaria até tardão. Nunca aconteceu nada. Não vai ser hoje que os espíritos malignos vão me atacar. Mas olha, pode deixar que eu to com o cartãozinho dos caça-fantasmas aqui na minha bolsa. Qualquer coisa eu ligo pra eles, ta bom? — Marina tentou soar despreocupada e blasé, mas sempre tinha sido suscetível a histórias de terror e além do mais era uma péssima atriz.

— Se você está tão blasé assim, porque ficou toda arrepiada? — Francisco riu.

Ele passou seu braço sobre os ombros dela. Quando ele pousou a mão sobre o braço dela, Marina sentiu o frio do anel que ela tinha comprado pra ele, de aço com o emblema do Lanterna Verde. Ele se inclinou e sussurrou em seu ouvido:

— Cuidado com a mulher da carpintaria. Vigilância constante e cuidado com cantos escuros.

— Aaaaaaai, Franciscooooooo! — Marina sacudiu o braço dele e estremeceu levemente. — Pára com essas besteiras! Que droga!

Francisco riu de leve, mas parou ao ver o olhar de censura que Marina lançou em sua direção. Chegaram ao laboratório e Marina pegou as chaves.



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