UM TEXTO EM 4 PARTES
Era uma quarta-feira à noite. Chovia. Uma chuva insistente que caía desde sexta-feira à tarde. Tinha sido um bom fim de semana para dormir. Marina e Francisco estavam em uma das salas do subsolo da universidade. Não costumavam ter aulas às quartas-feiras no horário das 19h às 21h, mas o professor tinha resolvido marcar uma aula extra e exigir presença. Nem Marina, nem Francisco podiam se dar ao luxo de ter mais faltas naquela matéria.
Quando enfim terminou a interminável aula, os dois tiveram que sair do bloco A e ir até o J. Marina tinha que dar os retoques finais em uma escultura na qual vinha trabalhando desde o início do semestre. Ela tinha combinado tudo com o Sérgio Carpinteiro e ele tinha emprestado a chave para ela poder usar a carpintaria do departamento até a hora que precisasse.
— Esse subsolo já é macabro durante o dia, agora então... Parece mais uma masmorra de Hogwarts que qualquer outra coisa... — Foi Francisco que começo a falar.
— Eu sei... Parece uma coisa de um filme de terror, sei lá. Dá até pra imaginar: — Marina começou a ter seus delírios criativos. Francisco sabia disso por causa do olhar vagamente psicótico da garota. — Uma lâmpada falhando, fazendo aquele zumbido de eletricidade, uma goteira caindo bem longe com um eco distante, escuridão atenuada por faixas de luz cruzando os corredores, a mocinha corre desesperadamente. Uma câmera na mão, filmando ela de frente. Atrás dela só um vulto ocasional num contra-luz tenebrosamente sinistro.
Nesse momento Marina já agitava as mãos no ar freneticamente, tinha o olhar perdido num ponto indeterminado e sorria um sorriso meio perturbado.
— Ta, mas o que acontece ate chegar nessa cena? Precisa de uma história, né? Nem que seja um cocô de história, precisa de uma.
— Ah, isso eu não pensei ainda, mas dá pra inventar alguma coisa depois. Francisco mudou de assunto, mas não tanto.
— Aquela sua carpintaria lá também é bem sinistra, né, não? Aqueles serrotes, furadeiras, pedaços esquisitos de tábua... Tudo muito estranho... Já te contaram da história da mulher que morreu por lá?
que jogada mais comercial essa de dividir o texto. GENIAL!
ResponderExcluirsó não é mais genial que o final.