segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Samanta era invisível

Samanta era invisível. Achava que isso bom, mas nem sempre. Como tudo nessa vida, tinha mais de um lado naquilo de ser invisível. Não costumava gastar muito tempo pensando sobre o lado bom de ser invisível, até porque ele não a incomodava.
Incomodava era o fato de ninguém nunca se lembrar de a ter conhecido, a visto. Ninguém notava a sua presença. Nunca. Como lembrar de uma coisa invisível?
Às vezes achava que não era invisível para as pessoas que considerava mais próximas dela, mas estava enganada. Na verdade, estava meio certa. Não é que fosse invisível. Para eles, era translúcida. Era vista, mas só em condições especiais e muito particulares. Como notar uma coisa invisível?
O que menos gostava em ser invísivel era que percebia que todos a sua volta eram mais importantes do que ela jamais seria. A invisibilidade trazia a insignificância. Como dar importância a uma coisa invisível?
Ela só queria saber porque era invisível. Nunca conseguiu descobrir. Hoje não se sabe do paradeiro de Samanta. Afinal, como encontrar uma coisa invisível?

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